A frase é clichê e já foi título de alguns artigos e textos que li por aí.
Mas cabe direitinho para o meu texto e achei pertinente usá-la.

Eu fiquei na dúvida se contaria ou não essa história.
Faz sentido pra mim explicar um pouco os temas que vão permear meus textos: a empatia, a compaixão e a gentileza.

O ano de 2017 foi desafiador em vários aspectos.
Em janeiro eu saí da prefeitura, pois teve a troca de gestão.
Segui fazendo meus freelas, airbnb, dando meus pulos para tocar a vida.
No meio do ano decidi que queria voltar pro mercado e assim busquei ajuda com uma headhunter.

Foi um trabalho feito a várias mãos. Desde rever o currículo, buscar vagas e até treinar o discurso, ser mais pro ativa em relação as oportunidades.

Mandei meu CV para 20 mil contatos. Não, não estou exagerando! Eram pelo menos 6 horas de dedicação diária a isso.

Se não me engano foram uns 6 processos que participei.
Digamos que um retorno ínfimo perto da dedicação e numero de contatos que fiz.
E um deles “deu certo”.

Empresa minúscula, instituto sem fins lucrativos. Recursos humanos terceirizado e o processo é relativamente curto.
Entrevista marcada com a diretora.
Marcou num escritório que não é onde fica a empresa, mas isso não vem ao caso explicar.
Chego lá, ninguém atende. Ok. Fico aguardando. Depois de uns 20 minutos ,ligo pra pessoa do RH e pergunto o que houve. Ela disse que era para eu aguardar mais um pouco que a tal diretora já estava chegando.
Passaram-se 40 minutos e uma outra pessoa chega.
Funcionária da empresa, bem simpática, disse que faria as vezes da diretora e me entrevistaria. Justificou a diretora em tudo: operação no joelho, filho pequeno, etc.
A entrevista foi tranquila, papo fluiu. Saí de lá com a informação de que aquela era a etapa final.
.

Segui na minha dedicação em busca da recolocação e umas semanas depois a moça do RH liga de novo. Disse que agora a tal diretora iria me entrevistar.
Marcado de novo no mesmo prédio, e não preciso dizer que pontualidade não é o forte da pessoa. Mas ok. Segue o jogo.
Pensa numa experiência ruim?
Uma pessoa que está te entrevistando mas não sai do whatsapp. Que atende o telefone gritando com o filho duas vezes interrompendo seu raciocínio.
E na minha leitura o santo já não tinha batido com o da pessoa.
Se tem uma coisa que eu respeito é o tempo do outro. Tempo roubado, é tempo perdido. Não se tem de volta. Se você me deixa 40 minutos esperando, você está fazendo eu perder meu tempo.
Saí de lá, liguei para uma amiga contando que estava indignada com tanta falta de educação.
E de novo, segui minha busca e certa de que essa oportunidade não ia rolar.

Mas para minha surpresa a moça do RH me liga, depois de uns 10 dias e diz que eu fui a escolhida.
Confesso que fiquei reticente na hora. Como disse, o santo não tinha batido com o da tal diretora. Mas o que fazer? Eu quase desesperada, precisando demais do trabalho, e com uma única proposta.
Aceitei! Não vou contar aqui o desenrolar que aconteceu entre receber a carta proposta e a contratação, pois daria outro texto. Mas a falta de empatia da pessoa era tamanha que assustava!

Foram 45 de dias de relação. Os 45 dias mais longos da minha vida.
A falta de atenção, de profissionalismo, de liderança vieram se juntar a falta de empatia.
Eu, “amparada” pelas outras pessoas que ali estavam, pois a tal diretora não tinha saco, e nem estava afim de ficar passando trabalho ou explicando qualquer coisa.
Tudo girando em torno da vida dela, não da empresa. Tudo misturado: a vida pessoal e profissional. Zero prioridade, zero profissionalismo.

Como que um empresa que vende excelência, educação, liderança, pode achar que com uma diretora dessas é capaz de dar certo?
Acabou! Já sabia! Claro que não ia durar. Não bastasse tudo isso, ainda tinha o lance do meu santo não bater com o dela.
Mas não fiquei triste, pelo contrário. Fiquei aliviada, porém indignada.
A falta de empatia dela mexeu comigo, e me levou a refletir demais.
Por isso escrevo sobre isso hoje. O exercício de se perguntar “e se fosse comigo?” tem que ser constante, em todas a situações, principalmente com os mais próximos.

Voltando a titulo do texto, que antes de ser um excelente profissional, seja um bom ser humano, concluo que além de faltar todo o lado humano da tal diretora, ser uma profissional medíocre era só um consequência de toda aquela empáfia que eu tolerei por 45 dias.

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