Hoje é domingo e eu estou em São Paulo. Sem compromisso algum. Adoro dias assim.
Me lembrei de uma exposição do Calder + Miró no Tomie Ohtake e me programei para almoçar por ali e ir na sequência ver a exposição. Sozinha.
Tenho viajado bastante, conhecido e revisitado muitos lugares e sempre faço questão de incluir nos meus programas arte, cultura e história.
Em 2013, quando fui trabalhar no centro de São Paulo, eu me dispus a conhecer mais dos programas culturais que tem na cidade. Aproveitava um horário de almoço, e ia no Centro Cultural Banco do Brasil. Alguma reunião perto do Parque da Luz? Já agendava uma visita no Museu da Língua Portuguesa.
Vários concertos na Sala São Paulo, exposição na Praça das Artes, almoço no Teatro Municipal, visita à Catedral da Sé.
Desde então, mesmo não trabalhando mais no centro, eu busco colocar na minha rotina programas culturais.
São Paulo tem uma infinidade deles: MASP, MIS, Instituto Tomie Ohtake, Japan House, Farol Santander, Pinacoteca, entre muitos outros.
Quando foi a última vez que você visitou algum destes lugares?
Hoje, lá na exposição, fiquei reparando, e a maioria dos frequentadores era idosos. Uns muito bem, e boa parte deles com seus cuidadores. Me questionei por onde andam as crianças e adolescentes. Quem está mostrando arte a cultura para eles?
Na era tecnológica, eu sei que experiências 3D, metaversos são mais valorizados. Entendo que talvez ter a atenção de crianças e adolescentes numa exposição de arte seja uma batalha.
No entanto, acredito que essa é uma batalha que vale lutar. A arte e a cultura nos conectam com nossa humanidade, com a história, com sentimentos e reflexões que muitas vezes são difíceis de expressar de outra forma. É importante que as novas gerações aprendam a apreciar essas experiências, que vejam valor nelas, que se permitam ser tocadas e inspiradas.
Talvez, ao nos esforçarmos para introduzir essas experiências na vida dos mais jovens, possamos ajudá-los a desenvolver uma visão de mundo mais rica e diversificada. Quem sabe, ao serem expostos ao trabalho de artistas como Calder e Miró, eles possam encontrar um novo interesse, uma nova paixão, ou simplesmente um momento de contemplação em meio à correria do dia a dia.
Finalizo o domingo com a sensação de ter vivido um dia pleno, enriquecido pela arte e pela reflexão. Afinal, a arte existe porque a vida não basta!
A cidade de São Paulo, com toda a sua diversidade cultural, nos oferece oportunidades únicas de crescimento e aprendizado. Basta aproveitá-las.
E você, quando vai reservar um tempo para se perder em meio à arte e cultura?
TEXTO PUBLICADO EM 25 DE JUNHO DE 2024.